Realizamos a Assembleia Diocesana no momento em que se encerrava a segunda sessão do Sínodo “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Feliz coincidência, pois pudemos vivenciar uma expressão forte de caminho sinodal na diocese e na comunhão de toda a Igreja. As reflexões e partilhas da Assembleia agora se aprofundam e se enriquecem com as conclusões do Sínodo, que procuraremos conhecer e tornar referência para nosso caminhar.
E já temos em mãos o documento final do Sínodo. O Papa Francisco quis que fosse publicado imediatamente, e anunciou que não haverá uma exortação apostólica posterior.
É preciso repetir que o processo sinodal não termina aqui, pois devemos seguir o caminho de conversão e de reforma no qual nos conduz o Espírito Santo neste momento. Entramos, portanto, na fase de implementação das conclusões da Assembleia do Sínodo dos Bispos. Elas serão também balisas para as próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e para o próximo Plano Diocesano de Evangelização.
O documento conclusivo nos recorda que temos o compromisso de sermos missionários da sinodalidade em nossas comunidades. Já percebemos frutos “na vida das famílias, das paróquias, das Associações e Movimentos, das pequenas comunidades cristãs, das escolas e das comunidades religiosas, onde está crescendo a prática do diálogo no Espírito, o discernimento comunitário, a partilha dos dons vocacionais e a corresponsabilidade na missão. O encontro de párocos para o Sínodo (Sacrofano [Roma], 28 de abril - 2 de maio de 2024) possibilitou apreciar essas ricas experiências e relançar sua jornada. Somos gratos e felizes pela voz de tantas comunidades e fiéis que vivem a Igreja como um lugar de acolhida, esperança e alegria” (n. 7).
O que temos no documento final?
A Introdução faz uma síntese do caminho percorrido de 2021 a 2024 e anuncia as cinco partes do documento final. Todas as partes destacam processos de conversão: 1) Chamados pelo Espírito Santo à conversão (“O coração da sinodalidade”); 2) A conversão de relacionamentos (“Juntos no barco”); 3) Conversão de processos (“Lançar a rede”); 4) A conversão de títulos (“Muita pesca”); %) Formação de discípulos missionários como processo de conversão contínua (“Eu também te envio”). Finalmente, a Conclusão, com o sugestivo título “Um banquete para todos os povos”. O banquete é a imagem símbolo do convívio e comunhão que já começamos a experimentar, o banquete da vida que Deus oferece a todos os povos, e símbolo também do banquete escatológico do Reino. O último parágrafo reverencia a Virgem Maria, colocando em suas mãos o caminho da Igreja, invocando-a com o título pouco conhecido de Odigitria, que significa “Aquela que mostra e guia o caminho” da Igreja sinodal.
Cada capítulo é aberto com uma referência bíblica do Evangelho segundo João (capítulos 20 e 21), que foram escolhidos para relacionar todo o conteúdo com os gestos e as palavras do Senhor Ressuscitado, que se manifesta aos seus discípulos, homens e mulheres, e que os envia como testemunhas do seu Evangelho. Fica evidente, como vivenciamos também no jubileu centenário da diocese, que teve como lema uma passagem do capítulo 21 do evangelista João, que o Senhor Ressuscitado está presente na Igreja, que a envia para continuar sua missão (lançai a rede), que torna fecunda a pesca, e a mantém unida na comunhão que é evidenciada na rede que não se rompe, e que a congrega constantemente para celebrar sua presença de Ressuscitado na Eucaristia. “A Igreja existe para testemunhar ao mundo o evento decisivo da história: a ressurreição de Jesus. O Ressuscitado traz paz ao mundo e nos dá o dom de Seu Espírito. O Cristo vivo é a fonte da verdadeira liberdade, o fundamento da esperança que não decepciona, a revelação da verdadeira face de Deus e o destino final do homem” (n. 14).