O Sínodo “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão” foi um dos últimos legados do Papa Francisco, e certamente está entre os mais importantes do seu pontificado. Era seu desejo que a implementação do Sínodo, prevista pela Constituição Apostólica Episcopalis Communio (n. 7, art. 19-21), recebesse uma atenção particular, para que a sinodalidade fosse cada vez mais compreendida e vivida como uma dimensão essencial da vida ordinária das Igrejas locais e de toda a Igreja.

Na Nota que acompanha o Documento final do Sínodo foi especificado que o mesmo “faz parte do Magistério ordinário do Sucessor de Pedro” e, como tal, requer que seja aceito. Embora não seja estritamente normativo, a implementação do documento deve ser assumida como um compromisso da Igreja em suas várias instâncias. E este Sínodo, de modo particular, que fala do modo de ser Igreja, exige persistente processo de conversão, para que sejamos realmente uma Igreja sinodal.

As palavras do Papa Francisco ressoam como uma convocação a toda a Igreja: “Todos, na esperança de que não falte ninguém. Ninguém fique de fora! Todos! E a palavra-chave é esta: a harmonia, que é obra do Espírito; a Sua primeira manifestação forte, na manhã de Pentecostes, é harmonizar todas aquelas diferenças, todas aquelas línguas, todas aquelas coisas… Harmonia”! A proximidade da festa de Pentecostes nos faz vivenciar mais profundamente esta realidade da presença do Espírito na Igreja em todos os tempos, como Jesus prometeu. Reconhecemos a acolhemos a presença do Espírito Santo no Concílio e no Sínodo, que são referências da caminhada eclesial no discernimento do Espírito Santo.

A eleição do Papa Leão XIV situa-se nesse contexto do caminho sinodal da Igreja, e foi uma bela expressão do mesmo. Agora vamos seguir, caminhando juntos, com o novo Papa. Seu lema “In Illo uno unum” (em um só Cristo, apesar de muitos, somos um só) diz tudo, como ele mesmo o esclarece: “Como se depreende do meu lema episcopal, a unidade e a comunhão fazem parte justamente do carisma da Ordem de Santo Agostinho e também do meu modo de agir e pensar. Acredito que é muito importante promover a comunhão na Igreja, e sabemos bem que comunhão, participação e missão são as três palavras-chave do Sínodo. Portanto, como agostiniano, para mim, promover a unidade e a comunhão é fundamental. Santo Agostinho fala muito sobre a unidade na Igreja e sobre a necessidade de vivê-la”.

Enquanto aguardamos novas orientações sobre o caminho a fazer nesta fase de implementação do Sínodo, todos devemos estudar e conhecer profundamente as conclusões, pois se trata de um caminho de conversão que envolve toda a Igreja. Naturalmente, há vários níveis de responsabilidade para a promoção desse caminho, com destaque para a atuação das várias instâncias da pastoral diocesana, regional e paroquial, com suas respectivas lideranças: Clero, Leigos(as), Religiosos(as), Conselhos Pastorais, Coordenadores de Pastorais e Movimentos Eclesiais.

O Caminho que levará toda a Igreja à celebração da Assembleia Eclesial prevista para outubro de 2028 será tracejado de modo a oferecer um tempo adequado e sustentável para começar a implementar as indicações do Sínodo.

Maria de Pentecostes, continue acompanhando-nos no caminho como Mãe da Igreja em todos os tempos.