No dia 06 de julho concluiremos o ano centenário de criação da Diocese de Santos, com a missa festiva na Catedral e o fechamento da Porta Santa. A celebração será o coroamento do jubileu, e ação de graças a Deus que nos concedeu a alegria de viver este tempo.
Quando escrevi a Carta Pastoral para o centenário, recordei que “a celebração deste jubileu é uma grande oportunidade de renovação, de crescimento no amor e sentido de pertença à Igreja particular de Santos, e de aprofundamento da fé e do ardor missionário nesse tempo especial de graça”.
Creio que podemos comparar a experiência espiritual deste ano com o encontro do povo de Israel na tenda da reunião, um sinal antecipado da Igreja, que é coberta pela nuvem, símbolo da presença do Senhor, que caminha conosco e nos envolve numa aura de alegria e de confiança.
Todas as vivências deste ano, especialmente com as festas e práticas religiosos, as celebrações, as assembleias, a romaria do centenário, em Aparecida, a peregrinação à Catedral, passando pela Porta Santa, a peregrinação da imagem de Nossa Senhora do Rosário por todas as Paróquias, as festas dos padroeiros, as celebrações penitenciais, foram oportunidade de conversão, de purificação, de crescimento na santidade de vida e de renovação da fé, levando-nos à resposta de compromisso na missão, como “evangelizadores com espírito”.
Estivemos conectados com a caminhada da Igreja que está em processo sinodal, empenhada para que cresça o sentido de pertença eclesial e de comunhão e participação de todos na missão. Esforçamo-nos por entender e aprofundar as questões novas que se impõem como sinais dos tempos, como o aumento de pessoas na miséria e à margem da sociedade, o crescimento da agressividade, das divisões e da tensão social, o descaso com a casa comum, o impacto das novas tecnologias e da Inteligência Artificial (IA).
O lema “lançai a rede” ressoou constantemente durante este ano, para que sejamos uma Igreja decididamente missionária. Não faltaram chamadas para as prioridades pastorais: catequese, família e juventude. Reativamos nossa memória para os cinco polos de atenção: porto, turismo, idosos, universidades, superação da miséria e da fome. Já realizamos muito, mas talvez não todo o possível para responder com maior sensibilidade e disposição aos apelos do Espírito que nos chama nos sinais dos tempos.
O ano centenário proporcionou também maior visibilidade à presença da Igreja na Sociedade. Constatamos muita atenção e acolhida da Igreja em inúmeras iniciativas como sessões solenes da Câmara Federal, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, das Câmaras Municipais, eventos na Universidade Católica, notícias e debates nos meios de comunicação, iniciativas e gestos concretos no campo social.
Como presente também deste ano jubilar, comunico com alegria que o título de Nossa Senhora do Rosário como Patrona da Diocese de Santos, já consolidado tradicionalmente nestes 100 anos de história, foi também reconhecido oficialmente pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no dia 12 de abril deste ano.
Prosseguimos, assim, confiados a Nossa Senhora do Rosário, o caminho de um novo centenário, confirmados na fé, agradecidos a Deus por aqueles que nos precederam na vida e na missão de nossa Igreja de Santos, e comprometidos como Igreja Sinodal, que vive e testemunha a comunhão, participando todos da missão a nós confiada por Cristo.