O tempo do Advento, com a alegre expectativa do Natal, às portas do jubileu ordinário de 2025, nos convida à alegria e à esperança no Senhor Jesus que veio, que virá e que continua vindo sempre ao nosso encontro. 

Antecipando já o início do jubileu, somos chamados a reconhecer os sinais desta presença, e a abrir nosso coração para acolher sua manifestação e a avivar a esperança em nós. 

A “chama viva da minha esperança”, como cantamos no Hino do Jubileu, se aquece com o belo caminho que a Igreja está realizando, nos trilhos do Sínodo. O tempo do advento é propício para vivenciarmos a necessária conversão para a sinodalidade, a conversão de relacionamentos, a conversão de processos, a conversão de títulos, a conversão para a comunhão que é profecia de novos céus e nova terra, imagem tão relembrada neste tempo como utopia que alimenta a esperança. Natal é tempo de congraçamento e de paz!

Para aprofundar esta espiritualidade do Advento, e preparar a casa de nosso coração para acolher o Senhor, intensificamos a vigilância na oração, a escuta da Palavra de Deus, a reflexão comunitária, a contemplação dos sinais do Senhor nos acontecimentos e nos irmãos, a caridade paciente para com os outros, a partilha generosa com os que precisam de nossa ajuda.

A celebração do Natal nos faz recordar como Deus nos salva, como estabelece relacionamento conosco. É por isso que o Sínodo nos recorda que “ao vivermos o processo sinodal, nos conscientizamos recentemente de que a salvação a ser recebida e proclamada passa pelos relacionamentos”. 

Assim vemos no documento conclusivo do Sínodo o aprofundamento do mistério da salvação que passa pelos relacionamentos: “Ela é vivida e testemunhada em conjunto. A história nos parece tragicamente marcada pela guerra, pela rivalidade, pelo poder, por mil injustiças e abusos. Sabemos, porém, que o Espírito colocou no coração de cada ser humano o desejo de relacionamentos autênticos e vínculos verdadeiros. A própria criação fala de unidade e compartilhamento, de variedade e entrelaçamento entre diferentes formas de vida. Tudo vem da harmonia e tende para a harmonia, mesmo quando sofre a ferida devastadora do mal. O significado final da sinodalidade é o testemunho que a Igreja é chamada a dar de Deus, Pai e Filho e Espírito Santo, a harmonia do amor que se derrama de si mesma para se doar ao mundo. Caminhando no estilo sinodal, no entrelaçamento de nossas vocações, carismas e ministérios, e indo ao encontro de todos para levar a alegria do Evangelho, podemos viver a comunhão que salva: com Deus, com toda a humanidade e toda a criação. Assim, já começaremos a experimentar, por meio do compartilhamento, o banquete da vida que Deus oferece a todos os povos (n. 154.).

Temos um longo caminho a percorrer, mas será sempre na esperança. Acompanha-nos a Virgem Maria, tão lembrada neste tempo do Advento e do Natal, e que o Sínodo indica como “Aquela que mostra e guia o caminho”.